16/01/2008

Vale a Pena...

“Ler é o alimento de quem escreve. Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta"
Caio Fernando de Abreu.

O gosto pela leitura veio logo cedo, via minha mãe sempre com algum livrinho na mão e isso me tocava muito, afinal minha mãe só tem a 3ª série do primeiro grau, o que nunca a impediu de se interessar por livros e nem por poemas, havia um caderninho que ela carregava dentro da bolsa e quando surgia à inspiração lá estava ela escrevendo. Agradeço imensamente o exemplo involuntário que mamãe me deu, pois foi pelos livros que aprendi a conhecer a vida. Os anos se passaram e a vida afastou minha mãe dos livros, em compensação me aproximou cada vez mais deles.
Comecei minha “degustação” pelos clássicos livros juvenis da série "Vaga-Lume", que para mim mais que requisito para imensuráveis provas no colégio, era a garantia de grandes tardes de aventura e mistério. Nunca tive talento para jogos então, o livro era o que me restava enquanto os “coleguinhas” arrasavam nos games. Mais tarde passei para a coleção “Para Gostar de Ler”, esses até hoje me divertem, e fico impressionada como as crônicas de tantos anos atrás se aplicam perfeitamente ao atual cenário político do país.
Tenho um sobrinho de cinco anos que ainda não sabe ler, mas já tem uma coleção significativa de livros infantis, não pode me ver que já corre e trás um livro para que eu leia para ele. Nem preciso dizer o orgulho que tenho, dou atenção mesmo que às vezes esteja cansada, pois sei a importância que os livros tiveram na minha vida nesta idade.
Depois que comecei a trabalhar, os livros ficaram esquecidos por um tempo na estante, esporadicamente lia algo novo. Mas foi quando entrei na faculdade que a paixão voltou à tona e com força total, perdi a conta da quantidade de livros que li neste período, mas confesso que nem metade do que planejava. Não eram apenas livros relacionados ao curso, a biblioteca tinha um acervo muito bom e fiz muitas descobertas por lá.
Gosto de ler, porque sinto uma melhora considerável na minha escrita, e também porque tenho a chance de descobrir algo que fica muito além deste mundo por vezes tão injusto.
Mesmo com a internet facilitando tudo, nada substitui o ambiente acolhedor de uma biblioteca. È uma pena que aqui no Brasil não se tenha o hábito de leitura que se tem em outros países, e que nossas bibliotecas não sejam tão bem estruturadas como as européias.
Tenho um sonho antigo que pretendo um dia realizar, de montar uma biblioteca para crianças carentes, e fazer deste espaço um local onde elas possam passar momentos inesquecíveis. Só me faltam tempo e espaço, mas quem sabe um dia deixa de ser apenas um devaneio.

Nenhum comentário: